Mais um velhote que nos deixa. Não têm sido dias fáceis, mas conforta-nos saber que já não sofrem. É o único conforto possível. O Zeus podia intimidar aqueles que chegavam ao canil – grande e peludo, fazia lembrar um grande urso, mas não era preciso muito tempo para chegar à conclusão de que se tratava de um bebezão, que adorava mimos e correr e brincar com os voluntários! Quase doze anos, 9 deles passados connosco, tornam o adeus difícil. Como também é difícil compreender como é que um cão como ele acabou aqui e nunca foi adotado. Lindo, dócil, sociável… Só lhe faltou aquela família especial que o levasse para casa. Enquanto por cá andou, os voluntários foram a sua família, e era tão divertido vê-lo, nos dias em que era levado para a sala das tosquias, com o seu banhinho tomado, o longo pêlo escovado e secado, ainda mais lindo (se é que isso era possível), vê-lo sair da sala e ir a correr para a relva, todo vaidoso, como se dissesse: “olhem como eu estou lindo!”. O secador, conhecida tortura da maior parte dos cães, não o indimidava – adorava sentir o vento na pele levando para longe o pêlo velho. Adorava os miminhos extra que o banhinho lhe garantia. Acabaram-se os banhos, Zeus, mas não te esqueceremos. Aqueles que amamos nunca morrem – permanecem para sempre nos nossos corações.